O cuidado com as extremidades dos membros inferiores se completa com a escolha do calçado correto. Evite os estreitos; com bicos finos ou saltos altos; e também os baixos demais. Para a fisio-terapeuta Lígia Vieira de Loiola - professora do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais, mestre em fisiologia e doutoranda em educação, todas essas especializações na área do diabetes -, o ideal é aquele que acomode seus pés confortavelmen-te, amoldando-os e protegendo-os de atritos. "Uma opção é o uso de tênis, que também são bons para caminhadas", disse ela, durante o workshop em Brasília.
A falta de sensibilidade nos pés impede que os pacientes diabéticos notem objetos estranhos dentro dos sapatos. Por isso, Lígia recomenda examinarem os calçados antes de colocá-los, pois, se realmente houver algo errado, poderá causar lesões, que só serão vistas mais tarde.
Na opinião da fisioterapeuta, a orientação do sapato é necessária para todos os diabéticos. A diferença é o risco de lesão. "Para os pacientes de risco zero (sem perda de sensibilidade), basta que o calçado seja confortável, macio, forrado internamente e sem costuras. Atualmente existem no mercado muitos deles com selo de conforto. É importante que o formato do produto seja compatível com o pé do paciente", explicou, acrescentando que sapatos largos também provocam bolhas e, por isso, não são bons.
A partir do risco l, que já tem perda da sensibilidade, ela aconselha palmilha macia e, para os de perigo maior de lesão, os sapatos têm de ser orientados pelos profissionais de saúde. "No comprimento do calçado, é bom deixar um centímetro sobrando porque o pé faz um deslocamento durante a marcha. E nem sempre a largura acompanha o comprimento. Por isso, a mesma numeração pode ser confeccionada com larguras diferentes", comentou Lígia, acrescentando que o diabético com neu-ropatia grave tende a apertar muito os sapatos para obter alguma sensação, que ainda resta. Com isso, acaba se machucando.
Já se a indicação for para o uso de palmilhas, que servem de amortecimento e redução da pressão que chega nos pés, vale lembrar que, quando elas são colocadas num sapato convencional, o espaço interno muda. Por isso, deve-se retirar a palmilha que já veio no calçado, a não ser que este tenha uma altura extra.
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